A Justiça de Mato Grosso do Sul condenou o ex-prefeito de Três Lagoas, Ângelo Chaves Guerreiro, por improbidade administrativa em contratos emergenciais de coleta de lixo e operação do aterro sanitário que ultrapassaram R$ 9,6 milhões.

A sentença, assinada pela juíza Aline Beatriz de Oliveira Lacerda, da Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos de Três Lagoas, prevê ressarcimento de R$ 7,3 milhões aos cofres públicos, pagamento de multa civil, suspensão dos direitos políticos por até oito anos e proibição de contratar com o poder público.

De acordo com a decisão, a gestão de Guerreiro firmou contratos emergenciais sucessivos com a empresa Financial Construtora Industrial Ltda., sem licitação e além do prazo legal de 180 dias. O Ministério Público apontou favorecimento à empresa, mesmo com propostas mais vantajosas de concorrentes.

O processo também destacou indícios de irregularidades mais graves, como a exclusão de documentos técnicos de empresas rivais para justificar a continuidade dos contratos. Um aditivo assinado em 2017, que elevou o contrato em 6,7%, reforçou as acusações.

Impacto político

A suspensão dos direitos políticos pode inviabilizar a candidatura de Guerreiro, que vinha articulando disputar uma vaga de deputado estadual em 2026. Caso a condenação seja confirmada em instâncias superiores, ele poderá ficar inelegível por até oito anos com base na Lei da Ficha Limpa.

A decisão ainda cabe recurso.