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EDITORIAL – POR DR. RUY COSTA “O Prefeito da Área VIP”

Em Três Lagoas, mais uma vez assistimos ao espetáculo do privilégio financiado com o dinheiro do povo. Um evento custeado integralmente com recursos públicos – ou seja, pago pelos impostos de cada trabalhador, dona de casa, comerciante e servidor – se transforma em palco para que o prefeito e seus aliados desfrutem de uma área VIP, isolados do povo que dizem representar.

É moralmente aceitável que, enquanto muitos cidadãos enfrentam dificuldades para ter acesso à saúde, educação e serviços básicos, o prefeito, aliados e vereadores se acomodem em camarotes exclusivos, servindo-se do que há de melhor, longe da multidão? Será que o dinheiro público existe para financiar regalias ou para atender às necessidades da população? Essa é a verdadeira pergunta que deve ser feita.

Onde estão os vereadores que juraram defender os interesses do povo? Por que nenhum projeto de lei é apresentado para proibir privilégios como este? Por que não há fiscalização séria sobre o uso do dinheiro público em eventos e a destinação de camarotes e áreas exclusivas? O silêncio e a omissão tornam-se coniventes, e a população segue sendo desrespeitada.

Um gestor público não deve se colocar acima do povo. A função de um prefeito é servir, não se servir. Quando um governante se acha “VIP”, ele perde a conexão com a realidade da cidade. E uma cidade que tolera esse tipo de postura corre o risco de normalizar o privilégio e o descaso.

Três Lagoas precisa de líderes que andem no meio do povo, sintam suas dores e lutem por soluções. A verdadeira área VIP de um prefeito deveria ser a escola sem goteira, o posto de saúde com remédios, a rua iluminada e segura, o transporte funcionando. Essa, sim, é a verdadeira prioridade.

Enquanto o prefeito se isola em camarotes junto com vereadores, quem paga a conta é você. É hora de exigir moralidade, respeito e compromisso. O dinheiro público é sagrado e deve servir ao povo – não aos luxos de quem está no poder.

Dr. Ruy Costa

Médico, cidadão e defensor de uma Três Lagoas justa, plural e democrática